terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Conceituando os tipos

a)   Citação

É quando o texto que é produzido transcreve de forma precisa a idéia de outro texto. É elemento indispensável na citação referenciar o autor, caso contrário pode-se considerar tal ato como apropriação indébita. Apropriação indébita é o crime previsto no artigo 168 do Código Penal Brasileiro. No entanto, em algumas músicas pode faltar tal referência, como é o caso da música Monte Castelo da banda Legião Urbana, mas esse caso não é configurado apropriação indébita, pois o autor tem licença poética para isso.

No entanto, é comum ver referências dentro da própria música. O no álbum Manual de Mulher (Dhi Ribeiro, 2009) contém uma música homônima que cita “o mundo é um moinho” do grande poeta Cartola gravada em 1976. O autor, como veremos a baixo, é indicado na canção. Dessa forma, esses elementos de intertextualidade configuram uma citação.

Ouça-me bem, amor, preste atenção, o mundo é um moinho, vai triturar seus sonhos tão mesquinhos, vai reduzir as ilusões a pó.” (O Mundo é um moinho, Cartola)

“[...] Já falou Cartola ‘o mundo é um moinho’[...]” (Manual de Mulher, Dhi Ribeiro)

Citação é um tipo muito amplo e pode ser encontrado em livros, filmes, quadros e etc.

b)   Paráfrase

Paráfrase está ligada, de certa forma, ao exemplo visto acima. Porém se na citação o texto ou parte dele é transcrita de maneira precisa, aqui o autor pode escrever de maneira diferente. No entanto, não se pode perder o sentido, este tem que ser o mesmo.

c)   Epígrafe

Como o próprio nome já diz, constitui uma escrita introdutória, o que vem antes. É normalmente uma citação e é colocada antes do início do trabalho, do livro, do filme e etc. Essa citação normalmente tem uma relação com o conteúdo que será abordado. Em outros casos, não. Como é o exemplo dos livros de Paulo Coelho que segue um padrão para todos os livros, suas epigrafes são sempre partes do livro de Lucas da Bíblia.

d)    Paródia

É a reconstrução de uma música, onde se modifica apenas a letra e se mantêm os arranjos, a linha melódica, as rimas e a parte instrumental. Muitas vezes as paródias são usadas como meio de critica, seja Ela ao autor da obra quanto ao governo, entre outros alvos dos “parodiadores”.

e)    Pastiche

É basicamente uma paródia de um filme, de uma pessoa, de um quadro.
Tem também o seu sentido cômico e é usada muitas vezes como forma de criticar algo. Abaixo veremos dois exemplos de pastiche, uma caricatura da Presidenta Dilma Rousseff e da serie crepúsculo feita pelo Casseta e Planeta, programa da rede globo .

f)     Tradução

Tradução é a simples tradução de um texto, livro, música ou tudo que permita essa “troca” de idiomas. Muito comum em livros estrangeiros que ao chegar aos outros países necessitam de uma tradução. O Best-Seller, de Dan Brawn, O Código Da Vinci é a tradução do livro original de nome The Da Vinci Code é um bom exemplo desse tipo de intertextualidade. Esse tipo, apesar de muito popular, é mais restrito que os demais.


g)    Referência e Alusão.

Não deve existir nenhuma outra música que contenha tantos elementos de alusão histórica do que a canção Há Dez mil anos atrás (Raul Seixas,1976) contida no álbum de mesmo nome. Essa canção como o próprio nome já sugere, narra um “ser” que nascera a dez mil anos atrás. Esse título também nos trás uma intertextualidade, pois faz referência a era do deus Hórus, elementos místicos da sociedade alternativa e temas recorrentes nas canções do “Maluco beleza”. Abaixo veremos um trecho dessa canção. 

                       . 
“[...]Eu vi Cristo ser crucificado,o amor nascer e ser assassinado, eu vi as bruxas pegando fogo pra pagarem seus pecados [... ]Eu vi Moisés cruzar o mar vermelho, vi Maomé cair na terra de joelhos, eu vi Pedro negar Cristo por três vezes diante do espelho[...]Eu vi as velas se acenderem para o Papa,
vi Babilônia ser riscada do mapa, vi Conde Drácula sugando o sangue novo
e se escondendo atrás da capa. Eu vi a arca de Noé cruzar os mares, vi Salomão cantar seus salmos pelos ares, eu vi Zumbi fugir com os negros pra floresta, pro quilombo dos palmares[...]”

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